SMILACACEAE

Smilax lappacea Willd.

EN

EOO:

207.709,48 Km2

AOO:

20,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Ocorre nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina (Andreata, 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho
Revisor: Tainan Messina
Critério: B2ab(ii,iii,iv)
Categoria: EN
Justificativa:

<i>Smilax lappacea</i> caracteriza-se por lianas, terrícolas, e por apresentar síndrome de polinização entomófila e dispersão zoocórica. Não é endêmica do Brasil, com registros para os Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Restrita aos biomas Cerrado e Mata Atlântica, é encontrada em Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa. Tem AOO de 20 km², e está sujeita a três situações de ameaça: formação de pastagens para atividades pecuaristas, levando à consequente invasão de espécies exóticas; práticas agrícolas, principalmente a monocultura da soja e exploração madeireira ilegal. É protegida por unidades de conservação (SNUC): Parque Nacional do Itatiaia e Parque Nacional do Caparaó. Apresenta escassas coleções registradas em coleções científicas. A última coleta foi realizada em 2004, no município de Teresópolis (RJ). São necessários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de certificar a existência de novas subpopulações, considerando sua viabilidade populacional e sua proteção.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

​Descrita em Sp. Pl. 4(2): 777. 1806.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

População:

Flutuação extrema: Sim

Ecologia:

Biomas: Cerrado, Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em floresta estacional semidecidual, floresta ombrófila densa, (Andreata, 2009; 2012).
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane, 1.5 Subtropical/Tropical Dry
Detalhes: Caracteriza-se por lianas, volúveis e/ou trepadeiras, terrícolas(Andreata, 2012); síndrome de polinização entomófila e dispersão zoocórica; planta masculina floresce em dezembro e a feminina em abril (Andreata, 1997).

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced) national very high
A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Agriculture national very high
A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Espécie considerada "Extinta" (EX) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).